Atuação

Em busca de um novo espaço para a Amparho

Local que acolhe autistas atua desde 2009 e agora quer uma nova sede

Carlos Queiroz -

A Associação de Amigos, Mães e Pais de Autistas e Relacionados com Enfoque Holístico (Amparho) atua desde 2009 como um local de apoio e inserção às famílias com filhos autistas. E para aprimorar o trabalho desenvolvido, a entidade, juntamente com a prefeitura, busca um novo espaço para ser sua sede e auxiliar nos trabalhos realizados pelo Centro de Atendimento ao Autista Dr. Danilo Rolim.

Segundo a presidente da Associação, Eliane Bitencourt, a Amparho surgiu após o desejo de oito mães que tinham filhos diagnosticados com autismo. Na época, em Pelotas, ainda não existiam locais que forneciam o atendimento de forma gratuita. Assim, elas se reuniram para lutar pelo direito dos filhos. "Essas mães se juntaram em busca de um local que oferecesse esse apoio, o sonho delas era que os filhos pudessem ter um local com atendimento gratuito, por isso criaram a associação para lutar por isso", diz Eliane.

No início, a instituição realizava o trabalho de acolhimento, com informações, conversas e conscientização. Ano passado, após 12 anos de trabalho, a Amparho ganhou a primeira sede, quando passou a realizar o serviço de assistência social. Vários serviços são ofertados como atendimento psicológico, assistência jurídica com o Núcleo de Atendimento à Pessoa Autista (NAPA) e psicopedagogas que atendem as crianças que ainda não foram acolhidas pelo Centro ao Autista, que totalizam mais de cem atendimentos ao longo do mês.

Apesar disso, a atual sede da Associação é alugada e, segundo Eliane, já não tem mais comportado as necessidades. Há apenas duas salas destinadas aos atendimentos e o aluguel de R$ 1,4 mil é pago por um padrinho da entidade. Assim, há algum tempo a Amparho vinha buscando juntamente com a prefeitura um local que pudesse ser doado. O tema foi, inclusive, pauta de reunião no come deste mês.

Sobre as negociações
A prefeitura informou que a solicitação foi encaminhada para a Secretaria de Gestão da Cidade e Mobilidade Urbana, que fará levantamento das áreas disponíveis e que se encaixam nas necessidades do projeto. Aliado a isso, será necessário que a instituição garanta a responsabilidade sobre a busca de recursos necessários para execução da obra.

Mesmo com as avaliações recentes, a Associação já pensa nas movimentações necessárias, para garantir que a construção seja feita. "Nós iremos fazer uma grande campanha para fazer o projeto adequado ao autismo e para conseguir o apoio de empresas ou pessoas físicas que nos ajudem a viabilizar a construção. Essa união será essencial e fará com que as pessoas saibam e entendam mais sobre as questões que envolvem o autismo", ressalta a presidente.

Além disso, para Eliane a nova sede possibilitaria uma série de benefícios, tanto por questões estruturais, como para a comunidade. "Nós vamos poder focar em um público que está desassistido que são os jovens e adultos com autismo. Vamos conseguir desafogar o Centro e ampliar os nossos serviços, com seis salas de atendimento. Vamos agregar muito à comunidade autista de Pelotas e as pessoas vão poder conhecer cada vez mais o nosso trabalho", finaliza Eliane.

O olhar de quem está dentro da Amparho
Quem faz parte da Associação é Aline Quevedo, mãe de Arthur. Ela relata que recebeu o diagnóstico de que o filho era autista quando o pequeno tinha acabado de fazer três anos e, logo em seguida, ela já passou a utilizar os serviços disponibilizados pela Amparho. E destaca a atuação do departamento jurídico, que a tem auxiliado na corrida por alguns direitos. "É muito difícil conseguir as terapias pelo SUS, nós ficamos esse tempo todo na fila de espera e agora conseguimos uma vaga no Cerenepe. Mas nesse tempo todo em que estivemos esperando, eles nos ajudaram com as terapias. Nós fazíamos lá na associação", relata.

Outra mãe que também faz parte da Associação é Chaiane de Paula. Ela conta que participa desde o ano passado, com o filho Charlie, de 11 anos. O diagnóstico veio em 2014, quando o menino tinha três anos e agora, com a possibilidade de uma nova sede, Chaiane já projeta os benefícios. "Nosso sonho é ter um centro de convivência de adolescentes e adultos, pois meu filho e os filhos das demais mães precisam de ajuda para saber lidar nestas fases tão importantes da vida ", anseia.

 

 

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